Um subproduto da mandioca pode combater mosquito da dengue e gerar uma nova fonte de renda para os produtores. No processo de produção da farinha, quando a mandioca é prensada, ela remove um líquido amarelado, a manipueira. A parte sólida dessa extração é usada para produzir a tapioca e a farinha.
Mas a manipueira agride o meio ambiente, por causa da elevada carga de ácido cianídrico, venenoso e nocivo. Submetida a um simples procedimento para eliminar o ácido, a manipueira tem sido usada como matéria-prima para a fabricação de vinagre e sabão.
Também é usada no controle de pragas da lavoura, como adubo e complemento alimentar para o gado. Muitas vezes, porém, o líquido acaba sendo descartado. Agora uma nova utilidade pode ser extraída da manipueira.
Uma pesquisa de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Química, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), de Jussiene Costa, identificou que o subproduto da manipueira tem potencial para ser utilizado no combate ao mosquito Aedes aegypti.
A ideia da pesquisa surgiu da professora Valéria Priscila de Barros, orientadora de Jussiene. O objetivo era desenvolver um modo de eliminação do mosquito que causasse menos impacto ambiental. E a manipueira se mostrou eficiente na mortalidade das larvas.
Jussiene fracionou a manipueira em resíduo bruto, centrifugado e liofilizado. Depois depositou o produto em copos, adicionou 20 ml de água e 20 larvas do mosquito em um. Os resultados demonstraram que a manipueira mata as larvas do Aedes aegypti.
A eficiência foi provada no resíduo bruto e no centrifugado, sendo este mais eficiente devido à eliminação ser causada em menores concentrações. O trabalho ainda requer mais testes, porem promete ser uma boa alternativa (UFS).
