Governadores levantam bandeira branca e Bolsonaro parece oferecer trégua

Bandeira branca. Aparentemente houve um acordo de não agressão entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e os governadores brasileiros, durante a reunião online desta quinta-feira (21). Esse pacto perdurou durante todo o encontro e apenas o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), usou um tom mais realista ao falar nela. O objetivo foi tentar construir um consenso em torno da ajuda da União para estados e municípios, uma demanda essencial para o enfrentamento ao novo coronavírus.

 

Tal sinalização aconteceu até mesmo com a escolha dos interlocutores dos governadores, Reinaldo Azambuja (PSDB), do Mato Grosso do Sul, e Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo. Ambos são considerados mais neutros do que outros chefes de Executivo, a exemplo de João Doria (PSDB), de São Paulo, e Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão. Foi uma tentativa de não ampliar a tensão eterna entre o grupo e Bolsonaro. Aparentemente, deu certo.

 

Mesmo a fala de João Doria, que tenderia a ser mais ácida dada ao antagonismo alimentado pela imprensa do eixo Rio-São Paulo, foi branda. Com direito a troca de afagos entre o antigo duo Bolsodoria. A julgar pelos símbolos, há um espaço para entendimento, mesmo que os interesses do presidente e dos governadores se coloquem de maneiras tão distintas. Há que se comemorar a luz do fim do túnel de qualquer maneira.

 

Se na reunião o clima de paz e amor praticamente reinou, ainda não dá para dizer que fora desses ambientes controlados não surja espaço para críticas mais duras. O governador da Bahia, Rui Costa, por exemplo, não hesita em atacar as ações – ou falta delas – do governo federal no combate à pandemia. É um jogo calculado de ambas as partes e, até aqui, com uma larga vantagem para o governador baiano – basta ver a popularidade dele e de Bolsonaro em pesquisas de opinião, como a divulgada ontem pelo Bahia Notícias em parceria com o Instituto Paraná Pesquisas.

 

A postura ligeiramente cordeirinha dos governadores também tem uma justificativa fácil. A reunião com Bolsonaro tratava da liberação de recursos para auxiliar os cofres dos estados e municípios, e brigar com quem controla uma das chaves do banco não é lá uma atitude muito inteligente. Agora é inegável que houve um passo importante para que tenhamos uma integração menos belicosa no Brasil. Deus conserve!

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