BAIANOS PLANEJAM VOLTAR A VIAJAR PELO ESTADO

Com queda de 95% no faturamento em comparação com o mesmo período em 2019 e responsável por 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o turismo é um dos setores mais afetados pela pandemia do novo Coronavírus. Neste momento em que o segmento inicia a retomada das atividades, a Bahia e Salvador são o Estado e a capital mais desejados pelos brasileiros para visitar depois da pandemia, segundo pesquisa divulgada semana passada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULT). Enquanto isso, ainda que timidamente, os baianos começam a planejar viagens, tendo as cidades de Salvador, Porto Seguro e Itacaré como as mais concorridas e mais bem preparadas, com protocolos bem definidos, de acordo com a Associação Brasileira de Agências de Viagem do Estado da Bahia (ABAV-BA).

Até o seu alcance a patamares anteriores à crise sanitária mundial, o segmento deverá percorrer um caminho lento e gradual. Pesquisas apontam que, inicialmente, o retorno será focado no turismo regional, com viagens curtas. “No primeiro momento, as pessoas, em sua maioria, motivadas pela necessidade de começar a sair depois de um longo período em casa, para passear ou rever parentes e amigos, o meio de transporte preferencial será o carro próprio para viagens de até 500 km. Mas o turismo regional não sustenta nem agências, nem hotelaria e não gera demanda de voos. Precisamos também dos turistas nacional e internacional”, diz a presidente da ABAV-BA, Ângela Carvalho.

Nacional e internacional

A demanda pelo turismo nacional será uma etapa seguinte e só deverá se regularizar daqui a dois anos, na avaliação da representante da ABAV-BA. “A previsão otimista é a de que só voltaremos ao mesmo patamar de 2019 em 2022. E a circulação nacional se dará, principalmente, para os destinos que se mostram com a pandemia sob controle, cumprindo os protocolos, que estejam de acordo com as normas sanitárias e que ofereçam possibilidade de atividades ao ar livre. Por último é que teremos a volta do turismo internacional, porque, neste caso, dependemos não só da confiança do turista em enfrentar voos de longa distância, como também da abertura das fronteiras de muitos países que ainda se encontram fechadas”.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado da Bahia (ABIH-BA), Luciano Lopes, também considera que, neste primeiro momento, diante das restrições de deslocamento, a procura maior vai ser pelo mercado interno. “Mas, com a retomada das atividades, a tendência é ampliar o mercado nacional e, por fim, recuperar o internacional. O transporte aéreo é fundamental para a hotelaria e afeta diretamente o turismo. No primeiro semestre de 2020, comparado com o primeiro de 2019, houve uma redução de 42,42% no movimento de passageiros do aeroporto, segundo os dados da Vinci Airports. Analisando o período de abril a junho de 2020, a redução foi de 91,36%”.

Hotéis, pousadas, restaurantes, bares, agências de viagem e pontos turísticos estão na expectativa de que o “novo normal” ganhe força e se reverta em fluxo turístico.

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