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Moradores do bairro Pontal se reuniram com representantes da Prefeitura de Ilhéus nessa sexta-feira (8) e decidiram formalizar a reinauguração da Praça São João Batista com uma missa campal em ação de graças pela reforma do espaço. A cerimônia será simples e começará às 19 horas do dia 22 de maio.

Os pequenos empresários que atuarão nos novos boxes da praça receberão os espaços na mesma data. Thiago Garcia, que vende churrasquinho há anos no local, garantiu seu lugar .

No dia seguinte, sábado 23, as atividades começarão cedo, com brincadeiras para as crianças e um torneio de futsal envolvendo equipes de vários bairros de Ilhéus.

A comunidade vai dar os nomes de antigos pescadores do bairro aos boxes da praça. A quadra será chamada de Waldeck Dias, em homenagem a China, servidor público e “boleiro das antigas ” que marcou seu nome no imaginário do futebol amador regional e faleceu no último dia 24 de dezembro.

Laudelino Mendonça, que viveu no bairro em meados do século XX, também será homenageado. O quiosque dos boxes terá seu nome. O comerciante foi um dos primeiros dessas bandas a se preocupar com a arborização das cidades. Plantou dezenas de árvores em todo o Pontal na década de 1950.

Um dos seis boxes será o depósito de material de limpeza dos comerciantes. Trata-se de uma exigência da Vigilância Sanitária para evitar que esse tipo de produto fique próximo dos alimentos comercializados. O órgão explica que panos de chão e outros objetos usados para limpar os espaços não podem ser lavados na mesma pia onde se lava ingredientes dos lanches vendidos. O rigor da fiscalização pretende transformar a área de alimentação da praça num exemplo para toda a cidade.

O governo participou disposto a ouvir, ciente dos seus tropeços na condução dos conflitos. O secretário de meio ambiente e urbanismo, Antonio Vieira, participou do encontro, algo que não havia feito até então. O titular da pasta de indústria e comércio, Roberto Garcia, disse que jamais tentou privilegiar pessoas em relação ao uso dos boxes da praça.

O comunicólogo Emílio Gusmão, participou do debate e sugeriu que a prefeitura deve garantir que o espaço do material de limpeza não será entregue a um sexto concessionário, pois a própria Vigilância Sanitária, um órgão do município, exigiu que o um dos boxes deve ser usado para estocar produtos que não podem ter contato com alimentos.

A reunião em espaço público proporcionou espontaneidade à conversa. Pessoas que estavam na praça se aproximaram para ouvir e trocar ideias, outras foram chamadas quando passavam por ali e aceitaram se juntar ao grupo. A discussão ganhou uma dinâmica democrática. A presidenta do Instituto Nossa Ilhéus, Socorro Mendonça, mediou o debate.

A reunião foi proveitosa. A comunidade criou o Conselho Comunitário Pontalense para debater ideias de forma continuada sobre o envolvimento dos moradores na conservação da praça. “Não se trata de criar um sistema de punição, a ideia é que a população seja sensibilizada por meio de iniciativas culturais, do cultivo da consciência cidadã e daquele sentimento que impede o sujeito de jogar o papel de bala no chão da rua, assim como faz em sua casa. É nesse sentido que a praça é do povo”, reflete José Henrique Abobreira.

Conforme Abobreira, todas as decisões foram tomadas de modo coletivo e contam com o aval da arquiteta Simone Flores. Ela cedeu o projeto de reforma da praça executado pela Construtora André Guimarães (Grupo Cidadelle). As deliberações serão apresentadas ao prefeito Jabes Ribeiro (PP) esta semana.

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