Moro diz que não basta prender para combater a corrupção

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O juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato em primeira instância, afirmou que não basta prender os investigados para combater a corrupção no país. Em conferência sobre o assunto em João Pessoa, Moro afirmou que é preciso recuperar o dinheiro desviado para que o crime não compense financeiramente para os acusados. “Hoje em dia, isso não é suficiente, também é necessária a recuperação do produto do crime. Não basta a punição, a sanção corporal, a pena privativa de liberdade. É necessário fazer com que o crime não compense financeiramente. Isso significa a necessidade de retirar do criminoso o produto de sua atividade”, afirmou, no sábado (28). De acordo com a Agência Brasil, em sua participação, Moro destacou a importância dos acordos de cooperação internacional, principalmente com a Suíça, para repatriar ao Brasil recursos desviados da Petrobras para contas secretas no exterior. Ele citou como exemplo o caso de Pedro Barusco, ex-gerente da estatal e um dos delatores do esquema de corrupção, que tinha cerca de U$S 100 milhões depositados fora do país e devolveu a quantia após assinar um acordo de delação. A cooperação internacional, segundo ele, tem sido fundamental para corroborar os depoimentos de delação premiada, que não podem ser usados unicamente como acusação no processo penal contra os investigados. Levantamento da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que foram repatriados para o Brasil até o momento R$ 2,9 bilhões por meio de acordos de colaboração.

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