Bolsonaro dizia que máscara é ‘coisa de v.’ na frente de visitas, afirma coluna

Avesso à ideia de usar máscara, equipamento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como forma de evitar a contaminação pelo novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insistia que o uso era besteira. Ele perguntava aos funcionários quem usava máscara e dizia que aquilo era “coisa de v.”.

 

É o que revela a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo. A publicação ouviu relatos de pessoas que visitaram o presidente durante a pandemia do novo coronavírus e apurou que, mesmo em reservado, ele se recusava a usar máscara. Além da associação preconceituosa, Bolsonaro fazia questão de se aproximar e cumprimentar as pessoas com um aperto de mão, ignorando a recomendação de distanciamento social.

 

Nessa terça-feira (7), o presidente revelou que foi diagnosticado com a Covid-19 (saiba mais aqui). A confirmação de seu diagnóstico foi feita com uma entrevista coletiva presencial, mais uma vez contrariando as recomendações de distanciamento, e ele ainda retirou a máscara. Diante dessa situação, que colocou os profissionais de imprensa e demais presentes em risco, a CNN e a Record decidiram afastar temporariamente os jornalistas presentes (veja aqui).

 

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) informou que vai protocolar uma notícia-crime contra o presidente no Supremo Tribunal Federal (STF) por ter infringido dois artigos do código penal. O art. 131, sobre o perigo de contágio de moléstia grave, que consiste em “praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio”, e o art. 132, sobre o perigo para a vida ou saúde de outrem, que consiste em expor “a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”.

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