Médico baiano está entre primeiros voluntários de Salvador a receber vacina de Oxford

Enquanto muita gente sonha com a descoberta da vacina da Covid-19, uma versão que pode ser eficaz começou a ser aplicada em fase de testes em Salvador nesta quarta-feira (22). Voluntário no estudo da Universidade de Oxford, do Reino Unido, o médico baiano Lucas Braga, de 30 anos, faz parte do primeiro grupo vacinado e já pode estar imunizado pela vacina contra o novo coronavírus.

 

No estudo parte dos voluntários recebe a medicação desenvolvida pelos cientistas para a Covid-19, e outra parte recebe um imunizante usado contra a meningite. Os pacientes não são informados sobre qual medicação receberam.

 

A vacina de Oxford tem como base a tecnologia vetor viral recombinante. Ela é produzida a partir de uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés. A esse imunizante foi adicionado o material genético usado na produção da proteína “spike” do Sars-Cov-2 (a que ele usa para invadir células), induzindo os anticorpos. Nesta semana os pesquisadores à frente da vacina divulgaram resultados preliminares, que mostraram que o imunizante se mostrou seguro e induziu resposta imune no corpo dos voluntários (leia aqui).

 

Em atuação na linha de frente da Covid-19, Lucas Braga se diz animado com a possibilidade de contribuir com a pesquisa. “Feliz com a oportunidade, porque a vacina está sendo avaliada no mundo inteiro, e as primeiras fases mostraram bons resultados, então é uma oportunidade de participar, no sentido de contribuir para que possamos sair o mais rápido possível”, comentou o profissional que atende no Hospital do Exército, na UPA do Bairro da Paz, e trabalha em uma empresa de urgência e emergências médicas.

 

Os voluntários precisam preencher uma série de exigências para integrar o estudo. Nesta fase o foco é em profissionais de saúde, que além do formulário com dados pessoais, precisam informar também dados profissionais e histórico médico.

 

Os selecionados via questionário passaram por uma primeira avaliação médica e foram submetidos a exames sorológicos para detectar se já haviam sido infectados pela Covid-19. Isso porque outra condição para participar da fase três da vacina de Oxford é de que o voluntário não tenha sido infectado pelo coronavírus.

 

Lucas e os demais selecionados foram convocados nesta quarta para a segunda consulta. Eles foram submetidos a novos exames laboratoriais e avaliações das funções renais e hepáticas antes de receber a vacina. Agora Lucas e os demais voluntários serão acompanhado por um ano.

 

A percepção do médico baiano é positiva. Ele ressalta a organização, preocupação com o fluxo de pessoas e medidas de segurança adotadas durante todo o processo.

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