A situação precária do Hospital Regional Luis Viana Filho não é novidade. Recorrente na programação da Rádio Santa Cruz, esse tema não pode deixar de ser falado, pois a tendência é piorar. Atualmente, o principal hospital ilheense passa por um conflito entre dois grupos, que até então não tem vencedor. Por outro lado, há quem está sendo derrotado: o povo.
O que acontece no Hospital Regional é uma divisão entre médicos e diretoria. Os profissionais da medicina parecem estar acomodados, enquanto o diretor cobra o cumprimento total da escala médica. Nesse impasse, o atendimento não é realizado como deveria. E com isso, a população se torna a grande vítima.
Segundo o apresentador Gil Gomes, os médicos estão deixando de atender os pacientes por um boicote à direção do hospital. Enquanto isso, as pessoas que precisam do atendimento médico sofrem nos corredores. Ouvintes relatam nos programas da Santa casos absurdos de desprezo com o povo. Até infarto já chegou a ocorrer na espera por um atendimento. Vale lembrar que o Código Penal Brasileiro prevê como crime a omissão de socorro. Deixar de socorrer alguém que não está bem de saúde pode resultar até em reclusão de 4 a 12 anos.
Diante de toda essa situação, uma sessão para discutir o Hospital Regional foi marcada na câmara de vereadores para o início de maio (provavelmente dia 5 ou 6). Talvez seja o começo de uma atitude frente ao caos. Porém, esse caos não se restringe apenas ao Hospital Luis Viana Filho. A saúde de Ilhéus no geral precisa de mudança. Do mesmo modo que o Regional passa por essa desordem, os postos de saúde estão funcionando (quando funcionam) na precariedade. A Coci, no Malhado, se apresenta do mesmo jeito. A população que não tem condições de pagar por um atendimento particular passa por extremas dificuldades com a saúde pública. E enquanto isso, o povo tem de ouvir a promessa de um novo hospital. Como acreditar na chegada de uma nova casa de saúde se as obras no hospital que já existe estão paradas? O Regional começou a ser reformado na época das eleições. Depois, tudo parou!
Já passou da hora de se pensar verdadeiramente na saúde de Ilhéus. É preciso discutir a situação de todo o município. A população precisa dos postos, da Coci, do Regional, enfim, tudo tem de estar em perfeito funcionamento. Repetitiva ou não, a Rádio Santa Cruz continuará em cima para cobrar o melhor para o povo, e conscientizá-lo da atual realidade.
