MAIA CRITICA PROPOSTA DO GOVERNO E QUER PRORROGAÇÃO DE AUXÍLIO DE R$ 600 POR DOIS MESES

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta quinta-feira (25) a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600 e a construção de uma política nacional que assegure renda mínima permanente. Segundo o parlamentar, a Câmara dos Deputados já tem maioria ampla para aprovar a renovação do benefício concedido em virtude da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).

“Eu continuo defendendo duas parcelas de R$ 600 e uma discussão rápida nesses 60 dias do governo com Congresso Nacional para uma renda mínima permanente. Acho que é renovar por dois meses e construir o caminho para a renda mínima permanente, para que a gente não tenha daqui 60 dias a mesma pressão, correta e de urgência que a gente tem hoje, de necessidade do auxílio”, reiterou. 

Aprovado em abril, o auxílio é um benefício no valor de R$ 600 (que pode chegar a R$ 1.200 para mulheres chefes de família) destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados. Maia criticou a proposta em estudo do governo, de conceder mais três parcelas, de R$ 500, R$ 400 e R$300.

“R$ 500 mais R$ 400 mais R$300 são duas [parcelas] de R$600. Não estou entendendo onde está o problema. O problema é que, até agora, estamos ouvindo o governo falar que está construindo uma proposta chamada Renda Brasil. Existem muitos parlamentares na Câmara e no Senado que há muitos anos já vêm discutindo a possibilidade de uma renda mínima e nós poderíamos estar fazendo esse debate em conjunto, governo e Parlamento, para que, num prazo de 60 dias, nós pudéssemos chegar a um texto que, de fato, melhorasse, aprimorasse e focasse melhor nos programas sociais no Brasil”, afirmou.

Segundo Maia, o foco do auxílio deve ser os beneficiários do Bolsa Família, cidadãos de baixa renda. Atualmente, o programa atende a famílias em situação de extrema pobreza, com renda mensal de até R$ 85 por pessoa, e de pobreza, com renda mensal entre R$ 85,01 e R$ 170.

“Continuo defendendo que, de forma rápida, o Parlamento e o governo têm que construir a unificação dos programas sociais para que a gente possa ter uma renda mínima permanente no Brasil”, disse. “Não vai ser igual ao auxílio emergencial, mas vai ser com foco e melhorando, modernizando o Bolsa Família e construindo uma renda para aqueles que precisam de uma renda no Brasil”, completou.

Adiamento das eleições

Aprovada na quarta (24) no Senado, a proposta que adia as eleições municipais deste enfrenta a resistência de deputados após pressão de prefeitos que tentam manter o calendário original. Pelo texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o pleito que seria realizado em 4 de outubro será no dia 15 de novembro. Assim, a data do segundo turno passa para o dia 29 de novembro. Segundo Maia, a medida deve ser analisada pelos deputados na próxima semana.

“Temos uma pressão grande de prefeitos em relação à PEC. Muitos deputados com dúvida ainda, então nós deixamos para próxima semana”, disse Maia. “Se não precisa adiar as eleições, é porque não tem mais crise nos municípios, o que não é verdade. Cada prefeito olhando diante da sua realidade local, a eleição não pode estar à frente de salvar vidas e proteger as famílias brasileiras. O que eu defendo, não sei se vai ter voto na Câmara, é que a gente possa adiar. Mas hoje a gente sabe que não tem voto”, argumentou.

Na avaliação de Maia, a manutenção do calendário pode dificultar a campanha eleitoral. “Eu defendo [adiar] porque em agosto e setembro vai ser muito difícil que eleitor possa conhecer, de maneira democrática e transparente, os seus candidatos. Acho que nesse período vai ser muito difícil fazer campanha”, afirmou. (Agência Brasil)

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