Setor de educação recebe bem ‘novo Fies’

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O setor de ensino superior privado está considerando positivas as mudanças a serem implantadas no segundo semestre deste ano no programa de financiamento estudantil do governo, o Fies, apesar da redução no número de novos contratos. O novo modelo, ainda não anunciado oficialmente, terá alta de juros e redução do limite de renda dos alunos atendidos. De acordo com fontes do setor, o Fies vai ter elevada de 3,4% para 6,5% ao ano a taxa de juros. A carência, período após o curso em que o aluno ainda não precisa amortizar a dívida, cai de 18 para 12 meses. Num primeiro momento, as fontes afirmaram que não haveria redução no prazo de amortização, mas mais tarde confirmaram que ele caiu para duas vezes o tamanho do curso mais um ano (antes esse prazo era de três vezes o tamanho do curso somado de um ano). Ou seja, um curso de quatro anos deve ser pago em até nove anos somado da carência e não mais em 13 anos. Executivos das grandes companhias do setor comentaram o novo modelo ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, mas não quiseram se identificar porque o anuncio ainda não é oficial. O que as empresas consideram desafiador é a redução no número de novos contratos. O setor espera 100 mil novos financiamentos do Fies no segundo semestre. Analistas do BTG Pactual consideraram que este patamar não deve ser representativo para a captação de novos alunos das companhias. O impacto negativo do encolhimento do Fies é reconhecido por entidades do setor. “O desafio é o impacto que uma menor oferta do Fies tem na captação de novos alunos, mas essa é uma realidade e as empresas vão ter que se reinventar”, diz o diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Caldas. “O importante é haver uma nova oferta e há o esforço de atender o maior número possível de alunos com o orçamento restrito do governo”, comenta, sem dar detalhes sobre as informações a respeito do novo formato do Fies. Somada à oferta de financiamentos do primeiro trimestre, devem ser cerca de 350 mil contratos ao todo em 2015, patamar inferior aos mais de 500 mil de 2013 e aos mais de 700 mil de 2014. Para outro alto executivo de um grande grupo, o montante mais enxuto de financiamentos deve se manter nos próximos anos.

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