Anvisa diz que não há registro de coágulos ligados à vacina de Oxford no Brasil

Após países europeus suspenderem o uso da vacina de Oxford/AstraZeneca para a investigação do aparecimento de coágulos entre pessoas vacinadas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta segunda-feira, 15, que não há registros de embolismo ou trombose comprovadamente ligados aos imunizantes contra a covid-19 no Brasil.

O órgão, porém, disse monitorar cinco ocorrências suspeitas de tromboembolismo entre os quase 3 milhões de brasileiros que receberam a vacina de Oxford, mas ressaltou que não foi estabelecida até agora uma ligação de causalidade entre a vacina e os eventos.

“Já foram aplicadas mais de dois milhões e oitocentas mil doses da vacina Fiocruz/AstraZeneca no Brasil. A Anvisa está monitorando nesse conjunto a ocorrência de cinco casos suspeitos de eventos tromboembólicos aqui ocorridos, não havendo, até o momento, correlação estabelecida entre o uso da vacina Fiocruz/Astrazeneca com eventos adversos relacionados à coagulação sanguínea”, disse a agência em comunicado da Gerência Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária.

O documento foi emitido na quinta-feira, 10, mas a assessoria de imprensa da Anvisa afirmou nesta segunda que não houve alteração no cenário desde então. O informe diz ainda que o lote suspenso por alguns países da Europa não veio para o Brasil.

“O lote suspeito – ABV5300 – é fabricado pela Astrazeneca e não é utilizado no Brasil. As vacinas utilizadas no Brasil, até a presente data, que foram importados pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos – Bio-Manguinhos/Fundação Oswaldo Cruz, provêm do Serum Institute of India Pvt. Ltd, outro sítio de fabricação da vacina e, portanto, lotes diferentes daquele utilizado nos países relatados”, disse a agência, referindo-se às nações que suspenderam o uso.

A Anvisa ressaltou ainda que “por meio de sua área internacional, já solicitou informações sobre a investigação promovida na Europa”. Ao menos 16 países já suspenderam o uso da vacina temporariamente, até que as apurações sejam concluídas, entre eles Alemanha, França e Espanha. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendam o uso e diz que os benefícios do produto são maiores do que eventuais riscos.

O Estadão procurou o Ministério da Saúde para comentar a suspensão do uso da vacina em outros países, mas ainda não recebeu resposta. Em boletim divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde nesta segunda, a pasta traz um balanço de eventos adversos pós-vacinação do primeiro mês de campanha no País.

Importante ressaltar que eventos adversos não são necessariamente relacionados à vacina, mas, sim, à qualquer condição de saúde ocorrida depois da aplicação de uma dose, mesmo que não haja ligação entre ambos os fatos. Se uma pessoa for vacinada e, no mesmo dia, sofrer um acidente de trânsito, por exemplo, isso deve ser reportado mesmo que o elo com a vacina seja muito improvável.

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